a hibernação pode não ser provável

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Passageiros

A hibernação acaba por não ser muito benéfica para os animais maiores, uma vez que os humanos — e teríamos de lucrar muito peso em gordura antes de entrarmos neste sono profundo para podermos sobreviver às viagens longas.

Já alguma vez viu Passageiros? No filme (e fica já cá o alerta para alguns spoilers), uma nave espacial partiu da Terreno em direcção a um planeta distante para a formação de uma colónia humana noutro planeta.

Os passageiros vão na nave num estado de hibernação até que uma das personagens acaba por ajustar 90 anos antes do previsto devido a uma desarranjo na sua câmara. Outros filmes, uma vez que a saga Alien ou Interstellar, retratam conceitos semelhantes e mostram um horizonte onde a hibernação no Espaço é uma veras.

É uma teoria interessante dadas as enormes distâncias das viagens no cosmos, que levariam a que a tripulação já fosse idosa ou tivesse morrido antes de chegar ao tão aguardado sorte — e até a Sucursal Espacial Europeia estudava a possibilidade — mas parece que nascente cenário pode mesmo nunca passar da ficção científica.

De combinação com um novo estudo publicado na Proceedings of Royal Society B, há muitos obstáculos matemáticos que temos de ultrapassar antes de conseguiremos colocar um humano a invernar no Espaço.

Uma equipa de cientistas chilena lançou-se em procura de respostas sobre a relação entre a tamanho corporal e o gasto energético de animais que hibernam e descobriu o nível de metabolismo mínimo que permite que as células resistam em condições frias e com pouco oxigénio.

E há más notícias. Para animais relativamente pesados, uma vez que nós, o armazenamento de vontade que esperaríamos conseguir ao entrarmos num longo sono de hibernação seria insignificante, relata o Science Alert.

Quando falamos de hibernação, muitos de nós imaginamos um urso a dormir num iglo, mas há outros animais mais pequenos, uma vez que os esquilos ou os morcegos, de quem estado de hibernação é muito mais profundo — a temperatura corporal cai a pique, o metabolismo fica suspenso e o batimento cardíaco e a respiração abrandam. Nascente processo pode reduzir o gasto energético até 98%.

Se aplicarmos esta mesma matemática a um humano adulto, uma ingestão calórica diária de 12 000 kilojoules teria de ser substituída por uns quilinhos extra, mais precisamente algumas centenas de kilojoules de gordura.

Um humano a invernar perderia, em média, seis gramas de gordura por dia. Ao término de um ano, isto resultaria em dois quilos a menos. No caso de viagens longas, a perda de peso a nascente ritmo impossibilitaria a hibernação da tripulação a longo prazo.

Por pretexto disto, a hibernação acaba por não ser mais benéfica do que uma sesta normal para animais maiores, uma vez que nós. Por enquanto, estas são más notícias para os aspirantes a astronautas que querem viajar em direcção ao infinito e mais além pelo cosmos fora, mas pode ser que a ciência consiga resolver estes dilemas no horizonte. Enfim, quem sabe?

  Adriana Peixoto, ZAP //

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