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A substância polémica e que não reúne consenso pode facilitar pessoas que sofrem da doença. E já se sabe isso há muro de 40 anos.
A cannabis é associada sempre a droga. E, sendo associada a droga, é proibida logo à partida, é vista imediatamente porquê uma substância psicoactiva – que altera o sistema nervoso mediano, os comportamentos da pessoa que a consome.
No entanto, a mesma cannabis pode facilitar pessoas que sofrem de esclerose múltipla.
A esclerose múltipla é uma doença inflamatória crónica, que atinge precisamente o sistema nervoso mediano. Quase 3 milhões de pessoas estarão afectadas por nascente problema – que continua sem trato.
A Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla já havia defendido que há estudos que demonstram que os próprios doentes, ou ponderam o consumo de cannabis, ou já o fizeram.
A cannabis terapia pode ter efeitos positivos nos doentes: na dor, na qualidade do sono e no controlo da varíola.
E há muro de 40 anos que se sabe que a cannabis pode ajudar a melhorar a qualidade de vida dos doentes. Mas, entre receios entre a comunidade científica e “negócios”, não há uma utilização generalizada da substância.
A neurologista Camila Pupe, profissional em Neurologia e Neurociência na Universidade Federalista Fluminense, reforça a teoria: “Para o tratamento dos sintomas relacionados com a doença, sejam sequelas ou associados, a cannabis é benéfica para muitos pacientes. O sono melhora, as dores suavizam“, contou Camila, no portal Future Health.
Há estudos científicos que demonstram que a cannabis pode ter um papel relevante no combate à doença, devido às suas acções neuroprotectoras e anti-inflamatórias.
“Sabendo que a esclerose múltipla é uma doença tanto inflamatória porquê degenerativa, faz sentido do ponto de vista da fisiopatologia da doença usar cannabis no tratamento”, continua a profissional.
A neurologista confessou que, mesmo entre os neurologistas, há quem fique surpreendido quando os pacientes contam que estão melhor, a caminhar melhor, depois de tratamento com cannabis: “É uma melhoria evidente para os pacientes, o proveito na qualidade de vida é grande e que não podemos subestimar“.
No entanto, cuidar de um paciente com cannabis “não é tão simples pois, para termos resultados efectivos, precisamos de considerar diversos factores, ouvir o paciente, levar em conta os sintomas e ajustar a ração que se adequa à queixa”.
Apesar destes cuidados, Camila Pupe não hesita: “Se a pessoa está com um sintoma grave e pode beneficiar da cannabis para contê-lo, não há motivos para não usar“.
ZAP //