ARTIGO | Força pública de segurança ou milícia

Por coletivo de entidades*
No último sábado (26), tapume de 20 indígenas Kaiowa e Guarani retomaram uma segmento de seu território ancião de Laranjeira Nhanderu, em Rio Rútilo, no Mato Grosso do Sul. Além de uma pequena porção territorial, ocuparam na prática a sede da herdade Inho – localizada dentro do território indígena em reivindicação.
O quinteiro é um vetusto espargido dos indígenas, responde judicialmente por despejos aéreos de agrotóxico contra a povoado e há muito impede que os Kaiowa possam plantar suas sementes e ramas, mesmo em períodos de inópia.
Os indígenas deixaram simples que a retomada foi uma reação à iniciativa do próprio quinteiro junto a políticos e agentes de sindicatos patronais locais para fabricar um assentamento rústico dentro da terreno indígena. A ação é ilícito e tem o objetivo de prejudicar o processo demarcatório.
:: Grandes fazendas são 83% da extensão rústico do MS; Terras Indígenas somam unicamente 2,5% do território ::
Uso político de instituições e políticas públicas
Há meses, os Kaiowa vêm denunciando a utilização da Filial de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rústico (Agraer) e do Crédito Fundiário por segmento das forças do agronegócio, no intuito de utilizar pessoas em situação de vulnerabilidade uma vez que motivação para assediar a terreno indígena, em ato premeditado e premeditado.
:: Guarani Kaiowá enfrentam o agronegócio no Mato Grosso do Sul ::
Resíduo ilícito realizado pela PM
Depois diversas ameaças proferidas pelo quinteiro, políticos de Rio Rútilo e demais “leões de granja”, os indígenas sofreram uma ação de detrito ilícito por segmento da tropa de choque da Policia Militar, que se deslocou sem mandado da capital Campo Grande, a 160 km do sítio.
A exemplo do que aconteceu recentemente contra indígenas Kinikinau, a ação policial não se deu em cumprimento de uma ordem de reintegração de posse. Foi, mais uma vez, o Estado tomando partido em prol de um pessoal – no caso, o proprietário rústico – e em desfavor de uma comunidade indígena que possuía taxa legitima: estava denunciando abusos contra seu povo e reivindicando a demarcação de seu território, um recta concreto e previsto na Constituição Federalista.
A força de Segurança Pública do Mato Grosso do Sul, paga com recursos públicos, agiu em obséquio de interesses privados e sem arrimo na Constituição Federalista de 1988, que definiu que as questões indígenas são de responsabilidade da União.
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Constrangimento de agentes públicos
A ação ilícito e arbitrária ainda teve tons piores. Servidores da Instauração Vernáculo do Índio (Funai) foram constrangidos e humilhados pelo destacamento da PM, que os impediu de dialogar com os indígenas a termo de buscar uma solução pacifica e dentro da lei para a situação.
Os servidores do órgão foram hostilizados, receberam ordem para deitar no soalho e, mesmo alertando o tempo todo sobre a ilegalidade do processo, tiveram de testemunhar ao detrito impotentes e inertes.
Porquê se pode notar, as forças de segurança pública agiram no calefrio da lei e/ou contra a Lei Maior. Porquê pode? Quem deu a ordem? Sobre qual justificativa?
Porquê é provável ainda a utilização do Estado em estratégias que visem a colocar camponeses contra indígenas e que pretendam prejudicar processos de demarcação de terras indígenas, uma vez que no caso citado anteriormente?
A Grande Reunião da Aty Guasu e o conjunto de movimentos sociais e organizações que assinam esta nota vêm denunciar a prática já recorrente de uso de forca pública para fins privados e se une à voz da Comunidade de Laranjeira Nhanderu, que exige a imediata responsabilização do Governo do Estado do Mato Grosso do Sul pela ação e que o Ministério Público Federalista (MPF) tome todas as atitudes cabíveis em relação ao comando da PM, do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) e de todos que agiram ilegalmente contra essa comunidade.
*Coletivo de entidades que assinam esta nota:
1. Aty Guasu Guarani e Kaiowa
2. Abong- Associação Brasileira de ONGs
3. Acadêmicos do Teko Arandu UFGD
4. ADUF – DOURADOS
5. ADUFMS – Seção Sindical ANDES – Associação dos Docentes da UFMS
6. ADUFMS – Seção Sindical do Andes SN
7. Amigos da Terreno Brasil
8. Apoms
9. Pronunciação dos povos Indígena do Brasil (APIB)
10. Pronunciação dos Povos Indígenas da Região Sul – ARPINSUL
11. Pronunciação Vernáculo de Marchas da Maconha
12. Pronunciação para o Monitoramento dos Direitos Humanos no Brasil
13. ASSINDAR – (ASSOCIAÇÃO INDÍGENA DE ARAÇATUBA E REGIÃO)
14. OCCA= ORGANIZAÇÃO DE CULTURA E COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA
15. Associação Brasileira de Agroecologia – ABA Agroecologia
16. Associação Brasileira de Reforma Agrária
17. Associação Cultural Esportiva Social Amigos
18. Associação Cultural José Martí do RS
19. Associação Cultural Sarau de Segunda
20. Associação Cultural Vila Maria Zélia
21. Associação do Carimbó do Estado do Pará
22. Associação dos Docentes da Universidade Federalista de Rondônia – ADUNIR- Seção Sindical do ANDES-SN
23. Associação Multiétnica Wyka Kwara
24. Associação dos Advogados e Advogadas pela Democracia, Justiça e Cidadania (ADJC)*
25. Bibliopong
26. Black Lab RJ
27. Caritas RS
28. CEBI-MS
29. CEBs
30. CEMPREMATA
31. Meio de Cultura Luiz Freire
32. Meio de Direitos Humanos Dom Sumo Biennès
33. Meio de direitos humanos Dom Pedro Casaldaliga
34. CENTRO ECUMÊNICO DE CULTURA NEGRA – CECUNE
35. CIMI/MA
36. CIMI/MS
37. CIMI/RO
38. CIMI/Sul
39. Círculo Operário Leopoldense
40. CNLB Regional Oeste I
41. CNLB Regional Sul 1
42. Coletivo Fundamento
43. Coletivo CLanDesTino
44. Coletivo Cultural de Tanquinho
45. Coletivo de Direitos Hunanos de Sarandi PR
46. Coletivo Taquara
47. Coletivo Terreno Femini
48. Coletivo Terreno Vermelha
49. Percentagem de Promoção da Pundonor Humana (CPDH) – Arquidiocese de Vitória – ES
50. Percentagem Diocesana Justiça e Tranquilidade de Barreiras – Bahia
51. Percentagem Guaraní Yvyrupa
52. Percentagem Justiça e Tranquilidade Regional Setentrião 3
53. Percentagem Pastoral da Terreno – CPT/MS
54. Percentagem Regional de Justiça e Tranquilidade de Mato Grosso do Sul – CRJPMS
55. Comitê Estadual Contra os Agrotóxicos – MS
56. Comunidade Quilombo do Mata Cavalo
57. Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federalista – Condsef
58. Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição – CIIC
59. Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida
60. CONSELHO DO POVO TERENA
61. Parecer Regional de Psicologia – 14a Região / Mato Grosso do Sul
62. Cordão de Bruta Flor
63. CPMA
64. CUT MS
65. Democracy for BRASIL UK
66. Deputado Estadual Pedro Kemp
67. Diversas Feministas/MS
68. Do Mar Produções
69. Esquadrão da Vida grupo de teatro
70. FAIND/UFGD
71. FAOR Fórum da Amazônia Oriental
72. FLD-COMIN-CAPA (Instauração Luterana de Diaconia – Parecer de Missão entre Povos Indígenas – Meio de Escora e Promoção da Agroecologia)
73. FONSANPOTMA-SP
74. Fórum de Direitos Humanos e da Terreno, FDHT
75. Fórum Memória Verdade e Justiça do ES
76. FORUM NACIONAL RENOVA ANDES-SN
77. FÓRUM PARAIBANO DE EDUCAÇÃO, SAÚDE E DIREITO ANIMAL
78. Fórum Permanente das Entidades do Movimento Preto MS
79. FPI/Instituto ECOS
80. Frente dos Coletivos de Familiares do Cárcere do RS – FCCRS
81. Frente em Resguardo da Democracia e Soberania Vernáculo de Assis-SP FDSN
82. Frente Quilombola RS.
83. GPEA-UFMT
84. Grupo de estudos culturais (GEC)/UFPB
85. Grupo de teatro de pernas pro ar
86. Grupo Lacqua-UFRJ
87. Grupo Tarahumaras
88. IAC Instituto de Ação Comunitária
89. Instituto Brasiliano de Análises Sociais e Econômicas – Ibase
90. Instituto Brasiliano de Recta Urbanístico
91. Instituto Madeira Vivo IMV
92. Instituto Misericordes
93. Instituto sócio cultural Dandara / CONAQ
94. ISCI Instituto Social Capital dos Ipês
95. JUPIC (Justiça, Tranquilidade e Integridade da Geração) BRC Missionários do Verbo Divino
96. Juristas pela Democracia MS
97. Lacarta Circo Teatro
98. Parecer Guató
99. LBL Liga Brasileira de Lesbicas
100. Procuração Camila Jara
101. Marcha da maconha Joinville
102. Móveis Vernáculo da População de Rua
103. Movimento de Mulheres Camponesas – MMC
104. Movimento dos trabalhadores Rurais Sem Terreno – MST
105. Movimento LUTA PELA VIDA Contra o Marco Temporal, Recta Avito à Mãe Terreno
106. Movimento Vernáculo de Direitos Humanos – MNDH Brasil
107. Movimento Xingu Vivo para Sempre
108. Mulheres EIG – evangélicas pela paridade de gênero
109. Nuances – grupo pela livre sentença sexual
110. Núcleo de Agroecologia Apetê-Caapuã – UFSCar/ Sorocaba/SP
111. Núcleo de Estudos Amazônicos/UnB
112. Observare
113. Observatório da Temática indígena na AL
114. Observatório Vernáculo de Justiça. Socioambiental Luciano Mendes de Almeida OLMA
115. ODH Projeto Lícito
116. ONG UCAMEPA
117. Paroquia Anglicana da Inclusão
118. Partido dos Trabalhadores-Campo Grande
119. Pastoral Carcerária Vernáculo para Questão da Mulher Encarcerada
120. Pastoral Indigenista da Arquidiocese de Porto Velho Rondônia
121. Pastoral Mobilidade Humana e Carcerária
122. Pela Resguardo da Democracia no Brasil- Florida
123. Projeto Mulheres Solidárias
124. PSOL, RUA juventude anticapitalista
125. PSOL/Bahia
126. Quilombo flores
127. Rede Brasileira de Conselhos -RBdC
128. Rede dos Povos do Espinhaço
129. Revolução Solidária /NFF
130. Serviço de Tranquilidade – SERPAZ
131. Sintsep/MS
132. Sspantal
133. Teatro Imaginário Maracangalha
134. Teko há Laranjeiras Nhanderu
135. Tv Imbaú
136. UBM Juiz de Fora MG
137. União Brasileira de Mulheres RS
138. União da Juventude Comunista em Rondônia
139. Unidos Pra Lutar – Tendência Sindical
140. Wika Kwara
141. ŸTKA
*Nascente é um texto de opinião. A visão do responsável não necessariamente expressa a risco editorial do jornal Brasil de Indumento.
Edição: Rodrigo Durão Coelho
Natividade: Brasil de Indumento