China recolheu corações em prisioneiros vivos para transplantes

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Uma investigação realizada pela Universidade Vernáculo Australiana a milhares de relatórios médicos da China encontrou evidências de que levante país recolheu corações e pulmões em prisioneiros vivos para transplantes de órgãos. E há suspeitas de que a prática continue a ser realizada.

Esta novidade pesquisa lança dúvidas quanto às reformas anunciadas pela China ao seu programa de transplante de órgãos.

Os investigadores australianos acreditam que, na verdade, zero tenha mudado e lançam a teoria de que o país asiático esteja, efectivamente, a executar prisioneiros através da extracção de órgãos para transplantes.

A investigação publicada no American Journal of Transplantation, neste mês de Abril, pretendia confirmar se, na China, um prisioneiro estaria classificado uma vez que “morto cerebral” antes da colheita dos seus órgãos.

“A regra do doador morto é fundamental para a moral do transplante“, começam por realçar os autores do estudo. Esta regra determina que “a colheita de órgãos não deve debutar até que o doador esteja morto e formalmente dito assim, e da mesma forma, que a colheita de órgãos não deve originar a morte do doador”, apontam.

O estudo acrescenta que tem havido “controvérsia intensa em torno da participação de médicos na realização de prisioneiros capitais”.

Ora, são precisamente dois tópicos que estão a “convergir” neste caso com “o envolvimento íntimo de cirurgiões de transplantes na China na realização de prisioneiros através da compra de órgãos”, frisam os investigadores.

No estudo intitulado “Execution by organ procurement: Breaching the dead donor rule in China” (“Realização para obtenção de órgãos: violando a regra do doador morto na China”), os autores explicam que usaram “a estudo computacional de textos” para fazer “uma revisão judicial de 2.838 artigos extraídos de um conjunto de dados de 124.770 publicações de transplantes em língua chinesa”.

O algoritmo informático procurou “evidências de declarações problemáticas de morte cerebral durante a colheita de órgãos”. E encontrou provas de que em 71 casos, “a morte cerebral não pôde ser devidamente declarada” em prisioneiros a quem foram recolhidos corações e pulmões, frisa a pesquisa.

“Nestes casos, a morte deve ter sido causada pelos cirurgiões que obtiveram os órgãos“, aponta ainda.

“Porquê esses doadores de órgãos só poderiam ter sido prisioneiros, as nossas descobertas sugerem fortemente que médicos na República Popular da China participaram de execuções por remoção de órgãos“, concluem.

Explicações para uma vez que doador ficou “incapacitado”

Os documentos médicos analisados pelos investigadores “não descrevem uma vez que o doador ficou incapacitado antes da compra” dos órgãos e há “vários cenários plausíveis”, aponta-se no estudo.

Entre estes estão “uma projéctil na cabeça do prisioneiro num lugar de realização antes de serem levados às pressas para o hospital” ou “uma anestesia universal aplicada na sala de cirurgia directamente antes” da recolha do órgão.

Outro cenário provável enunciado na pesquisa passa por “uma seringação mortífero, com realização concluída pela captação de órgãos”, o que causaria “dor excruciante” aos prisioneiros término da extracção.

Mas os investigadores ainda admitem mais um cenário que pode passar por usar “um dispositivo especializado” para “infligir morte encefálica” e, assim, “isolar os profissionais médicos do processo”.

O estudo faz referência a uma “máquina de percussão de lesão primária do tronco cerebral”, cuja patente pertencerá a um ex-chefe de polícia da China que estaria envolvido em transplantes de órgãos.

A patente descreve-a uma vez que uma máquina para ser usada em animais de tamanho médio e “não há nenhuma evidência pública de que já foi usada em humanos”. Mas, existem “evidências anedóticas, testemunhas oculares e textuais anteriores” que “são consistentes com esses relatos”, notam os investigadores.

“Pequena réplica de população oculta sumoso”

Estas cirurgias de remoção de órgãos terão sido feitas em prisioneiros no galeria da morte, mas também nos chamados “prisioneiros de consciência“, ou seja, em pessoas detidas pelas suas convicções políticas, por exemplo.

Os investigadores acreditam que o número de casos de cirurgias em prisioneiros vivos será muito maior do que os 71 casos detectados.

“Suspeitamos que capturamos uma pequena réplica de uma população oculta sumoso“, apontam, frisando que detectaram também procedimentos cirúrgicos semelhantes em doadores de fígado e de rim.

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A China tem recusado esta prática, mas os autores do estudo alegam que é um pouco que se faz no país há muro de três décadas.

A Lei chinesa permite a recolha de órgãos de prisioneiros executados, o que já em si é considerado questionável.

“A partir de 2021, os profissionais de transplante de órgãos da China melhoraram a sua reputação com os seus pares internacionais”, sobretudo depois das “alegações de que cessaram o uso de prisioneiros uma vez que doadores de órgãos em 2015“, notam ainda os investigadores que, mas, suspeitam que isso seja verdade.

“Embora doações voluntárias estejam a ocorrer na China mais do que nunca, ainda não há dados confiáveis sobre a verdadeira graduação das reformas” que o país anunciou neste contexto, e “também não está evidente se e em que proporção os prisioneiros do galeria da morte e os prisioneiros de consciência ainda estão a ser utilizados uma vez que fontes de órgãos”, frisam os investigadores australianos.

“Não está evidente porque os hospitais chineses deixariam de se envolver nesse negócio lucrativo“, concluem ainda.

As filas de espera para o transplante de órgãos podem ser de vários anos em diversos países, nomeadamente nos EUA e no Reino Unificado. Mas na China, a espera é de exclusivamente algumas semanas.

  Susana Valente, ZAP //

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