É perigoso tomar banho durante a digestão. Mito ou verdade?

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Pedro Moura Pinho / Flickr

Uma recomendação da Direção-Universal da Saúde (DGS), publicada no início de agosto no Twitter, aconselhava a população a esperar “duas a três horas” posteriormente uma repasto “antes de entrar na chuva”. Depois gerar polémica, a mensagem parece ter sido apagada. Mas a asserção é um mito ou uma verdade?

Na publicação da DGS – que foi também partilhada na conta solene do Serviço Vernáculo de Saúde (SNS) – os utilizadores acusaram a entidade de fazer uma recomendação com base num “mito”.

Ao Público, o médico gastrenterologista Guilherme Macedo, presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, explicou que “depende de várias circunstâncias”

“Aquilo que costuma afetar mais gravemente o que pode promover uma perturbação grave cardiovascular – porquê uma arritmia ou paragem cardíaca – tem que ver, por um lado, com uma reação térmica, ou seja, se houver um choque térmico diante aquilo que é a temperatura corporal e a chuva do mar”, explicou.

Esse choque térmico “provoca uma reação neurológica próprio mediada pelo nervura vago que consiste em fazer um abrandecimento significativo do batimento cardíaco”. Isto “pode provocar uma arritmia, que, nalgumas circunstâncias, leva a perturbações transitórias do nível de consciência, o que não é bom quando se está mergulhado dentro de chuva”, podendo mesmo gerar “uma paragem súbita do batimento cardíaco”.

“Se o nosso tubo estomacal estiver num processo ativo estomacal – por exemplo, posteriormente uma repasto copiosa em que vários estímulos digestivos estão presentes – esse choque térmico ou esse contraste mediado pelo nervura vago é um contraste ainda maior porque todo o sistema estomacal em funcionamento é também por si só mediado por esse nervura vago do sistema parassimpático [responsável por fazer com que o organismo se acalme após uma situação de stress]​”, esclareceu.

Portanto, “há cá um conflito de interesses entre o nosso organização que quer fazer a digestão e um incitamento cutâneo que pode desencadear uma reação excessiva do tal nervura vago”, completou o perito.

Segundo o médico, “as refeições copiosas antes de um banho indiferente podem ser muito perturbadoras e podem promover qualquer enjoo, náusea e indisposição justamente porque existe esta estimulação vagal”.

Porém, se fizermos “uma repasto muito ligeira e tivermos uma habituação progressiva àquilo que é a temperatura da chuva não ocorre nenhuma interferência porque o organização vai-se adaptando”.

“Mas essa adaptação progressiva é muito mais difícil se houver um incitamento permanente e grande da espaço digestiva que entre em conflito com o incitamento cutâneo”, avisou ainda.

O médico concluiu que se trata de um mito se for generalizada a definição de tomar banho. Mas alertou: “Não é mito e há uma base científica ou há uma razão biológica para justificar que posteriormente uma repasto copiosa se seja muito prudente na acessibilidade à chuva não só por motivo do choque térmico mas por motivo do próprio processo estomacal”.

  ZAP //

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