Erros de tradução nos interrogatórios podem levar à prisão de inocentes

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Tony Webster / Flickr

A falta de palavras correspondentes em algumas línguas, assim porquê a tendência de se usar pessoas que não são tradutores profissionais nos interrogatórios, podem gerar erros graves.

Usar um intermediário na tradução, mormente se não for um tradutor profissional, pode prejudicar as pessoas que são detidas pela polícia e, no pior dos casos, até levar a que um puro seja recluso.

Esta é a desfecho do trabalho de muitos investigadores, incluindo Luna Filipović, uma professora de língua e cognição e uma das maiores especialistas na dimensão, que estuda os efeitos dos inquéritos policiais multilingues há mais de uma dezena.

A perita lembra que ter alguém que faça a tradução não chega e que podem possuir muitos erros que passam despercebidos caso o tradutor não domine ambas as línguas da mesma forma, mormente num cenário onde os detidos já costumam estar stressados.

Também há palavras que não têm equivalentes diretos ou o seu significado pode variar dependendo do contexto — e estas nuances podem evadir a tradutores menos experientes. A tradução sem emoção também pode influenciar a forma porquê os agentes interpretam as respostas dos detidos, relata o Science Focus.

Num estudo de 2007, Filipović relata um exemplo que envolve vocábulo espanhola “colega”, que um tradutor interpretou no sentido de um colega próximo, em vez de um termo usado para se invocar um incógnito de quem não se saiba o nome. O polícia perguntou depois ao suspeito quem era o seu colega, o que gerou confusão e  suspeitas.

Há também o problema das “confissões inadvertidas“, que acontecem quando a barreira linguística faz com que o tradutor entenda que o suspeito está a revelar um violação quando esse não é o caso. A perito debruçou-se sobre levante problema num estudo publicado em 2021.

Filipović concluiu que quem não fala inglês tem um maior risco de se incriminar sem saber quando é impedido nos Estados Unidos ou no Reino Uno. Para se evitar levante problema, a perita recomenda que se tente arrumar um tradutor profissional e que se peça uma transcrição do interrogatório, para se reconhecer se houve qualquer erro na tradução.

  ZAP //

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