
ACS Meão Science 2022
À esquerda, a tinta usada. À direita, a epístola escrita pelos cientistas.
O livro inteiro de “O Maravilhoso Mago de Oz”, de L. Frank Baum, foi encriptado numa pequena epístola de exclusivamente 30 palavras.
Mensagens secretas são uma coisa que nos fascina desde pequenos e, para muitos, continua a maravilhar já na idade adulta. Uma equipa de investigadores conseguiu agora uma proeza ao nível dos melhores filmes de espionagem — tudo graças a uma tinta privativo.
Cientistas da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, desenvolveram uma técnica que envolve esteganografia — a prática de esconder uma mensagem dentro de outra. Numa pequena epístola de 30 palavras, os investigadores conseguiram esconder o livro inteiro de “O Maravilhoso Mago de Oz”, de L. Frank Baum.
Para se perceber a dimensão deste feito, basta ter em consideração que a obra original do noticiarista norte-americano tem sensivelmente 34 milénio palavras. Isto equivale a um rácio de mais de 1.100 palavras encriptadas por cada termo escrita pelos investigadores na epístola.
Isto foi verosímil através de tinta contendo polímeros que conseguem armazenar dados, explica a revista New Scientist.
A equipa de cientistas gerou uma zero de 256 caracteres para criptografar e descriptografar arquivos usando o Advanced Encryption Standard (AES), um método de criptografia bastante generalidade. A chave foi logo codificada em oito oligouretanos, um tipo de polímero.
“Por serem um polímero com uma sequência muito específica, podem carregar uma sequência de informações, assim uma vez que qualquer frase carrega informações na sequência de letras”, explicou Eric Anslyn, líder da equipa de investigadores.
Cada polímero é formado de 10 compostos mais pequenos chamados monómeros. Os oito monómeros do meio guardam os detalhes da chave, com um monómero de cada lado a servir de sintetizador e descodificador da chave.
Depois, os polímeros foram misturados com isopropanol, glicerol e porcaria para fazer uma tinta. Para desvendar a mensagem, os investigadores extraíram uma padrão da tinta e usaram a chave cifrada.
Nem tudo é um mar de rosas. Neste caso, a chave para criptografar e descriptografar o código ainda precisaria de ser pretérito com segurança entre o remetente e o destinatário. Mas, para Anslyn, a capacidade de ocultar informações é secundária. O seu principal objetivo era armazenar dados.
Daniel Costa, ZAP //