estudo encontra resposta numa relação neural

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Andrea Piacquadio / Pexels

Equipa de neurocientistas centrou-se na música que é emitida somente 5 decibéis supra do ruido envolvente. A dor quase desaparece.

Há muitos anos que se comenta que ouvir música faz muito (e fabricar música também não faz zero mal).

Há mesmo muitos anos que se fala sobre isso: Platão dizia que a música é “o grande remédio da espírito”.

A música faz muito. E não é só à espírito: o nosso humor pode mudar por culpa de uma música, a sofreguidão baixa, ajuda no tirocínio físico.

Às vezes, ouvir uma determinada música – estando ou não à espera dela – melhora imediatamente o nosso dia, a motivação, o exaltação para aquele dia.

E, às vezes, a música suaviza a nossa dor. Até podemos sentir dor física em qualquer ponto do corpo mas a música parece que faz vangloriar (ou quase) essa dor.

Foi nisso que uma equipa de neurocientistas se centrou. E descobriu que música suave, emitida 5 decibéis supra do soído envolvente, reduz substancialmente a dor nos humanos.

O portal Big Think relata que, de contrato com essa investigação, há uma relação neural invulgar entre as regiões auditivas e o processamento da dor no cérebro.

A origem chama-se Wallace J. Gardner, um dentista que inovou há 62 anos. Durante as suas consultas, a anestesia foi música: auscultadores que soltavam música ou soído, que funcionaram uma vez que efeitos analgésicos.

Murado de 5 milénio consultas foram realizadas desse modo, nos anos seguintes. E em 90% dos casos não foi mesmo preciso injectar qualquer ração de anestesia.

E entretanto a evidência científica foi mostrando que as músicas, ou outros sons, também suavizam em momentos de cirurgia, de parto, e em pessoas com cancro.

Mas uma vez que é que o som bloqueia a dor?

Sem resposta concreta para isso, neurocientistas da China e dos Estados Unidos da América lançaram-se na investigação.

Porquê a comunidade científica não manipula neurocircuitos em seres humanos, foram utilizados ratos.

Os animais ouviram uma música original de Bach, uma mistura confusa e “ruidosa” de uma música de Bach e white noise – muito utilizado para adormecer bebés.

Todas as faixas reduziram a dor. Mas com uma requisito: teriam de ser reproduzidas num volume 50 decibéis (dB), ou seja, o volume de uma conversa tranquila, numa livraria por exemplo.

Depois, os especialistas foram experimentando. Uma consulta no dentista é alguma coisa ruidosa; por isso, deixaram o silêncio do seu laboratório (45dB) e aumentaram o soído envolvente da sala para 57dB.

Porquê? Porque é mais importante a diferença entre o volume da música e o soído da sala onde está a ser reproduzida a música, do que o volume da música. Contexto. O volume da música só pode ser analisado se soubermos o contexto, o envolvente em que está a ser reproduzida.

Voltando à experiência, a sala passou a ter um envolvente com 57dB. A sensibilidade à dor baixou quando a música passou a ter um volume de 62dB. Se o soído no laboratório passasse a ter volume de 30dB, a música baixava para 35dB, para ter efeito.

Ou seja, a “anestesia” nos ratos surgia sempre quando o volume da música era 5dB mais proeminente do que o volume do soído do laboratório.

Tentando perceber a origem desta relação, os neurocientistas verificaram alguma coisa na rota, uma vez que se fosse um caminho surpreendente, entre o tálamo e córtex auditivo – a zona do cérebro que recebe e processa informações sobre o som.

É que, quando começava a ouvir-se a música 5dB supra do envolvente, a tal música suave, deixaram de ser transmitidas informações nessa “rota”.

Sons ou música de grave volume são um tropeço nas comunicações directas entre o córtex auditivo e o tálamo. Assim, reduz-se o processamento da dor no tálamo.

  ZAP //

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