Gosta de leite com cereais? Os escoceses também, há 5500 anos

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Mike Cooper

Os cientistas detectaram vestígios de leite e de trigo em vasos cerâmicos da era do Neolítico encontrados em crannógs, ilhas artificiais construídas em lagos ao largo da Escócia.

É uma das combinações mais populares para o pequeno-almoço e está no meio de uma das questões mais debatidas na internet — por termo, deita-se primeiro o leite ou os cereais?

Talvez os escoceses sejam as pessoas qualificadas para responder a esta eterna questão, visto que, de contrato com um novo estudo publicado na Nature Communications, já se deliciam com leite com cereais desde o Neolítico.

Uma equipa de investigadores analisou os vestígios em vasos e panelas datados de há 5500 anos encontrados na Escócia e descobriu que a população criava uma papa que misturava cereais com leite. Apesar de a aveia se ter eventualmente tornado o cereal de eleição dos escoceses, no pretérito a preferência recaia sobre o trigo.

As primeiras provas de cultura de cereais nas ilhas britânicas datam de há 6000 anos, mas sabe-se pouco sobre quão generalizadas eram ou quais os cereais plantados. A cerâmica desta fundura ainda tem resíduos de lacticínios, por isso os arqueólogos já sabiam que o leite era uma segmento importante da dieta da população.

No caso das vegetação, as provas do consumo são mais difíceis de se encontrar e foi para responder a leste problema que os cientistas usaram a cromatografia gasosa e a espectrometria de volume de subida solução, explica o IFLScience.

Com estes métodos, detectaram as provas mais antigas do processamento de cereais nos vasos e até conseguiram notabilizar as partículas individuais de trigo. Até agora practicamente não havia provas de plantações de trigo nas ilhas escocesas no período Neolítico e estes vestígios exclusivamente foram detectados porque o trigo foi cozinhado numa papa com leite. Outros cereais podem ter sido comidos de formas diferentes, o que torna a identificação dos seus resíduos mais complicada.

As 59 peças de cerâmica usadas no estudo são originais de crannógs, ilhas artificiais construídas em lagos, que acabaram por ser novamente inundadas pelas águas, sendo que a chuva as terá protegido da exposição ao oxigénio e terá ajudado à preservação dos resíduos das vegetação. 16 dos exemplares tinham moléculas distintas de cereais e em oito destes havia também vestígios de gordura de leite.

Não se sabe ao patente em que fundura é que esta receita de leite com cereais era consumida, mas podemos sempre imaginar que já era um dos pequenos-almoços predilectos da população do Neolítico.

  Adriana Peixoto, ZAP //

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