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Pandemia ainda não acabou (ao contrário do que Biden disse) e há muita gente que continua com dificuldades em transpor de morada.
Permanecer dois meses e meio praticamente sem transpor de morada era um cenário normal, no segundo trimestre de 2020.
Permanecer dois anos e meio praticamente sem transpor de morada já não é um cenário normal, à ingresso para o último trimestre de 2022.
Mas acontece. Ainda acontece. Provavelmente a mais pessoas do que o leitor imaginava.
A BBC News Brasil relata que, apesar de não possuir estatísticas oficiais sobre nascente tópico, há muitas pessoas que continuam sem conseguir transpor de morada. Não retomam rotina exterior, pretérito tanto tempo.
O psiquiatra Rodolfo Furlan Damiano contou que as narrativas de receio, de indeterminação, aparecem no seu consultório todos os dias: “São casos muito individuais, ligados a um aumento da prevalência de transtornos mentais ao longo dos últimos anos”.
Com o passar do tempo, ao longo dos últimos dois anos e meio, as dificuldades anteriores, “dormentes”, surgem e dilemas extra são acrescentados.
“As pessoas que já tinham qualquer tipo de vulnerabilidade podem enfrentar uma dificuldade de se adaptarem novamente e desenvolvem quadros porquê impaciência, depressão ou fobias“, continuou o técnico.
O professor Paul Crawford, do Instituto de Saúde Mental da Universidade de Nottingham, no Reino Uno, considera que nascente confinamento é “o maior da história”.
“Para alguns, permanecer em morada foi bem-vindo e deu uma oportunidade para aprofundar relações com pessoas próximas, porquê parceiros e filhos. Para outros, a falta de contacto físico e a informação do dedo sem término tiveram um impacto emocional muito negativo“, analisa o inglês.
Ainda hoje, esse impacto emocional muito negativo impede pessoas de saírem. Ou porque temem permanecer doentes, ou porque têm problema de saúde frágil, ou porque alguém próximo morreu por culpa do vírus.
Ou portanto, noutro cenário, há pessoas que simplesmente passaram a preferir estar em morada. É uma espécie de “santuário”, do qual não querem transpor.
O exemplo puxado pelos brasileiros é o de Rafael, que assegura que não está “louco”, que sabe conversar, mas que não sai de morada desde Março de 2020.
Tem susto do vírus. Embora também tenha saudades do sol, do supermercado, do núcleo mercantil.
A profissão de Rafael é ajudar uma pessoa autista. Mas, desde Março de 2020, é a pessoa autista que também tem ajudado muito Rafael, com suporte emocional e em tarefas básicas.
Rafael vivia com a mãe e com dois sobrinhos. Agora vive sozinho, depois de conflitos com os familiares relacionados com estes cuidados em relação à pandemia.
As visitas não passam do hall na ingresso. E, sempre que chega alguém, Rafael tranca-se no quarto.
O brasílio, que já tinha séquito psicológico antes de 2020, fica confuso ao ver as pessoas em vida normal, lá fora: “A pandemia não acabou“.
Para tentar transpor deste “buraco mental”, o professor Paul Crawford deixa alguns conselhos: ter ingresso a áreas verdes, permitir psicologicamente o ‘novo normal’, ajustar as necessidades à veras, ligar-se a outras pessoas, perceber a própria morada porquê um santuário — e não porquê uma prisão —, prestar atenção à saúde, principalmente à sustento e à prática de tirocínio físico, e envolver-se em actividades criativas e artísticas.
O psiquiatra Rodolfo Furlan Damiano sublinha que é importante procurar ajuda profissional, em casos extremos: psiquiatra, psicólogo… E a psicoterapia pode ser um método eficiente.
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