Investigadores portugueses fazem avanços no combate a infecção associada à covid-19

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cortesia Universidade do Minho

Samuel Gonçalves, Cristina Cunha e Agostinho Roble

Três investigadores da Universidade do Minho analisaram a relação entre aspergilose pulmonar, gripe e COVID-19.

A aspergilose pulmonar é uma doença pulmonar obstrutiva crónica, marcada pelo desenvolvimento de uma reacção alérgica ao fungo Aspergillus, existente no ar que respiramos.

Não é uma das doenças que entra nas conversas do dia-a-dia dos portugueses mas afecta milhares de pessoas em Portugal, todos os anos. E estima-se que haja mais de 250 milhões doentes no planeta.

A aspergilose pulmonar tem surgido associada à gripe e à COVID-19, afectando entre 15 e 20% dos pacientes graves diagnosticados com estes vírus.

A taxa de mortalidade é elevada mas o diagnóstico não é simples. Por isso, o Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho e os Hospitais Universitários de Leuven (Bélgica) juntaram-se.

Os investigadores portugueses são Samuel Gonçalves e Cristina Cunha, coordenados por Agostinho Roble. O estudo foi publicado na revista The Lancet Respiratory Medicine.

O objectivo da equipa foi aprofundar o tema e identificar os mecanismos envolvidos neste processo.

Foi caracterizado o perfil de frase genética e das proteínas inflamatórias de 169 doentes críticos com gripe ou COVID-19.

Foi observada uma regulação negativa de genes importantes ligados ao combate destas co-infecções, levando a uma evolução mais acelerada desta patologia, deixando assim um tempo restringido para realizar um tratamento.

Agostinho Roble divulga conclusões: “Houve uma quebra em dois momentos importantes no que toca à isenção antifúngica: o dano na barreira epitelial e a capacidade destas células em varar o fungo”.

“Com as abordagens que nos propusemos, identificámos mecanismos que podem, potencialmente, ser alvos de novas imunoterapias”, acrescenta o investigador.

A velocidade de desenvolvimento da patologia condiciona as terapias antifúngicas já existentes.

Um dos objectivos do estudo é obter um perfil individualizado destes doentes para realizar uma mediação direta no sistema imunitário, potenciando o combate da aspergilose pulmonar.

  ZAP //

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