Já sabemos porquê é que os imbatíveis tardígrados sobrevivem sem chuva

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(dr) Nicole Ottawa & Oliver Meckes / Eye of Science / Science Source Images

Um novo estudo acabou de desvendar mais um capítulo da saga de desmistificar os segredos dos invencíveis tardígrados: porquê é que sobrevivem sem chuva.

Os tardígrados, popularmente conhecidos porquê ursos de chuva, são talvez uma das criaturas mais misteriosas do Universo.

Aos poucos, vamos conhecendo mais sobre estes seres extremófilos, capazes de sobreviver em situações inóspitas: pressão e temperatura extremas, radiação, desidratação, penúria – e até mesmo exposição ao vácuo do Espaço sideral. Não é por eventualidade que é considerado o bicho mais resistente do mundo.

Cientistas descobriram agora porquê é que os imbatíveis e invencíveis tardígrados sobrevivem sem chuva. A invenção centra-se num mecanismo que entra em ação à medida que a desidratação se instala, protegendo as células da morte.

Um novo item foi publicado recentemente na revista PLOS Biology, detalhando uma proteína que forma uma rede protetora semelhante a um gel para proteger as células desidratadas.

Quando as células dos tardígrados eram reidratadas, o processo é revertido, com os filamentos da rede protetora a recuarem lentamente para evitar fomentar stresse na célula.

“Embora a chuva seja necessário para toda a vida que conhecemos, alguns tardígrados podem viver sem ela potencialmente durante décadas”, disse o responsável do estudo, Takekazu Kunieda, num expedido citado pela Universidade de Tóquio.

“O truque está em porquê as suas células lidam com esse stresse durante o processo de desidratação. Acredita-se que, à medida que a chuva sai de uma célula, qualquer tipo de proteína deve ajudar a célula a manter a força física para evitar o colapso. Depois de testar vários tipos diferentes, descobrimos que as proteínas solúveis em calor abundantes em citoplasma, exclusivas dos tardígrados, são responsáveis por proteger as suas células contra a desidratação”, acrescentou.

A incrível capacidade de sobrevivência em situações que matariam a maioria dos organismos é alguma coisa que capta a atenção das pessoas. Descodificando os seus segredos, os cientistas acreditam que poderíamos empregar esse conhecimento a nós mesmos para tornar os humanos mais resistentes. Por enquanto, isso não passa de ficção científica.

Ainda assim, entre outras potenciais aplicações, as descobertas podem um dia levar a novos métodos de preservação de materiais biológicos por longos períodos de tempo, o que é útil para prolongar a vida útil de certos medicamentos ou vacinas, ou mesmo órgãos a esperar transplante.

  Daniel Costa, ZAP //

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