Morreu Maria de Lourdes Modesto, a Julia Child da gastronomia portuguesa

Maria de Lourdes Modesto, autora de vários livros de culinária, morreu esta terça-feira, depois de vários dias hospitalizada.

A gastrónoma, conhecida uma vez que “diva” da gastronomia portuguesa, tinha 92 anos de idade. A notícia foi avançada por nascente próxima da família ao jornal Público.

Nos últimos dois anos, os problemas de saúde começaram a impedi-la de dar resposta a todas as solicitações que recebia, detalha o matutino.

“Perdemos uma pessoa muito importante para a cozinha portuguesa e para a nossa cultura: faleceu Maria de Lourdes Modesto. Eu perdi uma grande amiga. Não tenho mais palavras do que estas”, escreveu Fátima Moura, autora do projeto “Conversas à Mesa”, na sua página no Facebook.

Nascida em Beja, a 1 de junho de 1930, Maria de Lourdes Modesto celebrizou a cozinha tradicional portuguesa em livros uma vez que a “Grande Enciclopédia da Cozinha”, “Cozinha Tradicional Portuguesa” e “Receitas Escolhidas”. É considerada uma das mulheres mais influentes na culinária do país.

Durante 12 anos, na RTP, apresentou ainda um dos programas culinários que teve mais sucesso no país, lembra o Expresso.

Num cláusula de 1987, o The New York Times chamou-lhe a “Julia Child de Portugal”. Julia Child foi uma das maiores autora de livros de culinária e apresentadora de televisão americana.

“O Presidente da República evoca Maria de Lourdes Modesto, que durante anos se tornou numa figura muito simpática e popular da nossa televisão, através do programa de culinária que apresentava e que, em vários aspetos, era inovador para a era”, escreveu Marcelo Rebelo de Sousa numa nota publicada no site da Presidência da República.

“Galardoada uma vez que Comendadora da Ordem do Serventia em 2004, pelo Presidente Jorge Sampaio, foi também autora e tradutora de livros de referência na arte culinária, recolhendo receitas e inovando noutras. O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa lembra com saudade esta grande comunicadora, apresentando à família sinceras pêsames”, lê-se ainda no expedido.