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A NASA e uma startup japonesa vão protagonizar a primeira transação mercantil no Espaço. O objetivo é perfurar um precedente.
O Japão concedeu a uma startup a primeira licença de sempre para realizar atividades comerciais na Lua. A ispace vai recolher e vender uma pequena quantidade de solo lunar à NASA.
“Se a ispace transferir a propriedade dos recursos lunares para a NASA de consonância com o seu projecto, será o primeiro caso no mundo de transações comerciais de recursos espaciais na Lua por um operador privado”, sublinhou Sanae Takaichi, ministro de Estado do Japão para a Política Espacial.
“Levante será um primeiro passo inovador para o estabelecimento da exploração espacial mercantil por operadores privados”, acrescentou.
A transação mercantil pode não tardar. A empresa sediada em Tóquio planeia enviar a sua nave Hakuto-R para a Lua através da Falcon 9, da SpaceX, já no dia 22 de novembro.
Segundo o Singularity Hub, o lander ajudará a entregar uma variedade de cargas, incluindo dois rovers, além de satisfazer o contrato com a NASA.
O negócio está muito longe de ser lucrativo para a startup nipónica, que vai receber 5 milénio dólares pelo regolito retraído. O projecto é dar à NASA qualquer sujidade que fique acumulada na base da nave. Enfim de contas, a poeira lunar pouco interessa à filial espacial.
O único objetivo é perfurar um precedente de negociação entre empresas privadas para extrair e vender recursos na Lua.
O regolito é uma categoria solta de material heterogéneo e superficial que cobre uma rocha sólida. Trata-se, portanto, de um material não consolidado e residual, uma vez que é formado por material originário da rocha fresca imediatamente subjacente. A sua mineração pode extrair chuva, oxigénio, metais e um isótopo chamado hélio-3, que pode abastecer reatores de fusão nuclear, gerando vigor livre de resíduos.
Estima-se que exista um milhão de toneladas de hélio-3 na Lua, ainda que somente 25% possa ser trazido para a Terreno. No entanto, esta quantidade é suficiente para responder à demanda de vigor do nosso planeta durante, pelo menos, dois séculos. O hélio-3 pode valer quase 5 milénio milhões de dólares por tonelada – e pode mesmo tornar-se o novo “ouro preto”, mas da Lua.
A exploração lunar é controversa. Os EUA têm promovido ativamente a exploração mercantil de recursos espaciais, nomeadamente através dos chamados Acordos de Artemis.
EUA, Japão, Luxemburgo e Emirados Árabes Unidos assinaram uma legislação pátrio que concede às empresas os direitos sobre os recursos que extraem.
Uma voz de contradição chegou da Rússia. No ano pretérito, o diretor-geral da Roscosmos, Dmitry Rogozin, disse que países não deveriam usar a legislação pátrio para tomar decisões sobre o quer fazer com os recursos espaciais.
Daniel Costa, ZAP //