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A maioria dos dias por ano pode tornar-se perigosamente quente em muitas partes do mundo, se o aquecimento global atingir 3°C, até 2100.
Com 3°C de aquecimento global até ao final do século, mais de 5 milénio milhões de pessoas podem ser expostas a calor e humidade perigosos diariamente.
As temperaturas são consideradas perigosas quando o índice de calor — medida de humidade relativa e temperatura do ar — excede os 39°C.
Dias com oriente calor podem provocar cólicas e exaustão, enquanto que um índice de calor supra de 51°C pode fomentar insolação e morte — são dias considerados extremamente perigosos, segundo o New Scientist.
Lucas Zeppetello, da Universidade de Harvard, e outros investigadores, criaram um protótipo de uma série de cenários de emissões de gases com efeito de estufa, baseados na população global e no incremento poupado até ao final do século.
No estudo publicado na Nature Communications Earth & Environment a 25 de agosto, a equipa de investigação sublinhou que a temperatura média global aumentaria entre 2,1 graus e 4,3 graus, até 2100
Analisaram logo uma vez que oriente aquecimento global iria modificar o calor e a humidade à graduação sítio. Os investigadores assumiram que o tempo quotidiano do porvir se assemelharia a padrões históricos. “Esperamos que os nossos junhos tenham o mesmo sabor dos junhos que temos vindo a ver nos últimos 20, 30 anos. Unicamente um pouco mais quente. E mais sequioso e húmido, em alguns lugares“, admite Zeppetello.
No cenário mais provável de aquecimento de 3°C até 2100, as regiões tropicais e subtropicais iriam vivenciar dias perigosamente quentes durante um quarto, a metade de cada ano, até 2050, e durante a maior segmento de cada ano até ao final do século.
Neste cenário, 5,3 milénio milhões de pessoas na Índia, África subsariana e península da Arábia estariam expostas a calor extremamente perigoso — com o índice de calor a atingir 51°C (124°F) – em 15 ou mais dias por ano até 2100.
Lugares muito mais afastados do equador poderiam ver entre 15 e 90 dias de calor perigoso todos os anos. Um olhar detalhado sobre Chicago — onde uma rara vaga de calor de 1995 matou tapume de 500 pessoas — mostrou que essa temperatura se poderia tornar um evento anual.
Cascade Tuholske, da Universidade Estadual de Montana, considera os resultados do estudo “alarmantes”, acrescentando que a melhor maneira de evitar os impactos do calor extremo é parar as emissões de gases. “Precisamos que as pessoas compreendam: o calor mata“, realça Kristie Ebi, da Universidade de Washington.
Os cenários previstos no estudo não são animadores. As previsões são principalmente preocupantes para os países próximos da risco do equador.
Nesses lugares, trabalhar ao ar livre poderá vir a ser uma tarefa humanamente impossível durante vários meses do ano, mesmo que consigamos reduzir as emissões até ao término deste século.
Temperaturas muito altas podem não só fomentar stress térmico, exaustão pelo calor, desmaios e edemas, principalmente nos grupos mais vulneráveis (crianças, idosos e pacientes com doenças crónicas uma vez que hipertensão ou diabetes), mas também exacerbar problemas existentes e até provocar a morte.
“É surpreendente quão próximos certos locais dos trópicos estão de temperaturas extremamente perigosas. Não é preciso muito aquecimento global suplementar para repuxar essas regiões para um território perigoso no que toca a índices de calor muito altos”, afirmou Zeppetello, em entrevista ao Público.
Ainda assim, o responsável do estudo garante que há uma janela de oportunidade para “fabricar um porvir habitável”. Mas temos de principiar a agir já, alerta o investigador, uma vez que as escolhas que fazemos hoje condicionam o amanhã.
Alice Carqueja, ZAP //