o “teatro paradoxal” no julgamento de Johnny Depp

ZAP // Jonathan Ernst / POOL / EPA
Um dos julgamentos mais mediático dos últimos tempos, entre o actor e Amber Heard. Tem havido momentos, no mínimo, inesperados.
Johnny Depp e Amber Heard continuam a protagonizar um julgamento muito mediático e também insólito. O tribunal na Virginia, Estados Unidos da América, é o palco deste julgamento há três semanas – e ainda vai a meio, no mínimo.
Primeiro, a segmento séria: o actor processou a ex-mulher. Exige mais de 47 milhões de euros a Heard porque queixa-se de que um texto escrito pela ex-mulher, há quatro anos, arruinou a sua curso enquanto actor. Nesse texto, Heard escreveu que era uma “figura pública a simbolizar a violência doméstica”. A atriz reagiu e pede muro de 84 milhões de euros.
No tal texto, Heard nunca escreve o nome do seu ex-marido mas a cronologia aponta para essa relação. O actor assegura que nunca bateu na actriz.
Ao longo destas três semanas, a resguardo de Depp já acusou Heard de apresentar uma “farsa” com o objectivo de subtrair a reputação do actor; os advogados de Heard alegam que Depp era um parceiro viciado em drogas e álcool, com tendência para agredir.
Na terça-feira, a psicóloga judiciario Shannon Curry disse aos jurados que acreditava que Amber Heard sofria de dois transtornos: transtorno de personalidade borderline e transtorno de personalidade histriónica.
Johnny Depp disse que também já foi vítima de violência doméstica e mostrou o dedo que, narrou, foi despegado durante uma discussão com a antiga parceira.
Momentos “bizarros”
Não será aventuroso declarar que nascente julgamento é o mais mediático dos últimos anos, a nível global. E, assim, os momentos caricatos assumem maior mediatismo.
Uma das gravações mais polémicas foi esta: “Conta ao mundo, Johhny. Diz-lhes: eu, Johnny Depp, um varão, sou vítima de violência doméstica, e vê quantas pessoas vão confiar em ti ou permanecer do teu lado”, disse Heard.
Na quinta-feira passada, as fezes entraram no processo. De conciliação com um ex-motorista e segurança de Depp, Heard admitiu que defecou na leito do ex-marido. “Gaudério horroroso que correu mal”, terá dito a acusada. Depp sorriu durante nascente prova.
Os risos multiplicaram-se no mesmo dia, noutro testemunho. Um guarda-costas do actor contou que ouviu gritos e, quando entrou em moradia, viu Depp. O jurisperito de Heard fez duas perguntas: “Ele estava a urinar?” e “Tirou o pénis?”. A resposta: “Acho que me lembraria se tivesse visto o pénis dele”, respondeu o segurança, no meio de risos de diversas pessoas que estavam na sessão, incluindo Depp.
No dia anterior, foi reproduzido o prova (gravado) de Alejandro Romero, velho porteiro do lugar onde o par morava. Romero gravou o testemunho dentro do coche, a fumar e a conduzir enquanto falava. “Testemunho bizarro”, descreveu o jurisperito da actriz. “Nunca tinha visto isto. Já vi muitas coisas, mas nunca isto”, reagiu a juíza.
Depois, há declarações desmentidas e teorias. Heard terá utilizado maquilhagem para encobrir agressões – material de maquilhagem que ainda nem estava a ser vendido no momento da alegada agressão. E há um aparente problema: a advogada de Heard é uma fã de…Depp. Já foi fotografada no meio de fãs do actor, numa estreia de um filme.
Cenas que levaram Emily Hill a reunir nascente julgamento: “É um teatro paradoxal”, escreveu, no portal The Spectator, acrescentando: “Todas estas audiências em tribunal têm sido mais engraçadas do que qualquer comédia de lixo que foi publicada ao longo da última dezena”.
Olhando para o que tem sido apresentado, Emily não acredita que Depp tenha sido violento com a ex-mulher: “A forma uma vez que ele é bem-educado e equilibrado ao mourejar com os advogados de Heard… Se ele é um varão violento, alguém que lhe entregue o Óscar que tiraram ao Will Smith”.
Nuno Teixeira da Silva, ZAP //