Os colonos de Jamestown mataram e comeram os cães das tribos nativas

0
2448

Jamestown Rediscovery Foundation

Ossos de cães indígenas encontrados no possante de Jamestown

Os ossos dos cães analisados tinham marcas de cortes. A colónia de Jamestown também teve casos de canibalismo humano, pelo que o consumo de cães não é surpreende.

Os colonos de Jameston, uma das primeiras colónias britânicas na América do Setentrião, podem ter matado e comido os cães dos povos nativos, segundo um novo estudo. A pesquisa ainda não foi revista por pares, mas os seus resultados preliminares já foram apresentados na reunião anual da Associação Americana de Biólogos Antropólogos.

A equipa chegou a esta desenlace depois de examinar os ossos de cães escavados em Jamestown e notar que a maioria tinha marcas de cortes. Ariane Thomas, estudante de doutoramento em antropologia biológica e autora do estudo, revela que não é surpreendente que se tenha comido cães nesta fundura devido à falta de comida e provas de canibalismo humano que já foram encontradas no lugar anteriormente.

Os cães em questão ainda eram descendentes dos cães nativos do continente, enquanto que hoje em dia, a maioria das raças dos cães na América do Setentrião são de progénie europeia, revela o Live Science.

Fundada pelos ingleses em 1607 na Virgínia, Jamestown foi a primeira colónia europeia nos Estados Unidos que não foi abandonada, visto que os ingleses já tinham tentado gerar uma comunidade em Roanoke Island, na Carolina do Setentrião, em 1587.

A colónia em Roanoke Island acabou por não ser bem-sucedida e a de Jamestown também esteve perto do colapso devido à escassez de comida. Mesmo com estes problemas e com os casos de canibalismo humano, a comunidade resistiu.

A investigação baseou-se em amostras de ADN retiradas das ossadas de seis cães escavadas em Jamestown nos últimos 30 anos. Unicamente dois destes tinham fragmentos de sequências suficientes para montarem um genoma mitocondrial quase completo.

Os testes revelaram que a linhagem maternal dos cães veio do haplótipo A1b, que está associado aos cães indígenas da América do Setentrião e a linhagem paternal ainda não foi testada.

“De convénio com as pesquisas arqueológicas e os documentos históricos, Jamestown era um lugar de interação entre colonos europeus e comunidades indígenas. É provável que estes cães tenham escoltado pessoas indígenas enquanto esses indivíduos estavam de visitante, ou talvez a viver, em Jamestown”, acrescenta Thomas.

A equipa descarta, no entanto, a possibilidade destes cães serem animais de estimação, acreditando antes que estes eram vadios.

  ZAP //

Leave a reply