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Existe a teoria de que os pinguins são animais fieis aos seus parceiros, mas a veras não é assim tão cor-de-rosa quanto podemos pensar.
Várias espécies de pinguins são consideradas monogâmicas, entre elas o pinguim-imperador. Estes animais ajudam-se mutuamente na geração das crias, dividindo tarefas: enquanto um cuida do filhote, protegendo-o do indiferente e dos predadores, o outro percorre longas distâncias no mar para trazer comida.
O másculo também colabora com a fêmea na função de pupular o ovo. A fêmea põe o ovo no final do outono e, durante o inverno, esse ovo é incubado pelo másculo.
Estes pinguins são exemplos de compromisso e fidelidade. No entanto, serão todos os pinguins tão dedicados ao seu parceiro ao longo da vida? Depende de uma vez que define monogamia, escreve a Live Science.
A veras é que a monogamia do pinguim-imperador é mais exceção do que regra. São poucas as espécies de pinguim que partilham esta propriedade.
Embora a maioria dos pinguins fiquem com somente um parceiro em cada estação de reprodução, podem copular com muitos outros pinguins antes disso. As taxas de fidelidade diferem amplamente entre as espécies.
“A resposta curta é não, os pinguins não são verdadeiramente monogâmicos”, disse Emma Marks, ecologista comportamental da Universidade de Auckland, na Novidade Zelândia,
Os pinguins somente podem ser considerados monogâmicos no sentido que têm um companheiro com quem acasalam e criam filhotes a cada idade. “Mas isso não significa que não haja ‘atividades extracurriculares’ a intercorrer”, sublinhou Marks.
Assim, antes de se comprometerem a um parceiro para a idade de acasalamento, os pinguins testam outras alternativas. Às vezes, conta Marks, até acasalam com outros membros da colónia que já estão comprometidos, causando um grande drama.
Aliás, quando um másculo não regressa ao sítio de reprodução, a sua companheira solitária pode juntar-se a outro pinguim.
Por sua vez, uma parceira da última idade de acasalamento nota que foi trocada por uma novidade fêmea no seu lugar, dá-se uma luta. Normalmente, a fêmea original ganha.
A maioria das espécies regressa aos mesmos parceiros de forma minimamente consistente, com taxas de fidelidade entre 59% e 89%, de convénio com um estudo publicado em 2013 na revista Comptes Rendus Biologies.
“A monogamia social é um pré-requisito”, realça Marks. “Gerar filhotes requer muita coordenação entre os dois e, se isso não intercorrer, a geração seria um fracasso para a temporada”.
Daniel Costa, ZAP //