
US Navy
O Governo dos Estados Unidos organizou a primeira audição pública sobre objectos voadores não-identificados em mais de 60 anos onde divulgou os resultados de um relatório de 2021.
Depois de a última audição pública do Pentágono sobre OVNIs ter acontecido nos anos 60, o Governo dos Estados Unidos decidiu voltar a abrir um pouco mais a cortina aos cidadãos sobre estes misteriosos avistamentos.
O Governo americano mostrou imagens que até agora eram confidenciais de vários fenómenos aéreo não-identificados onde se podem ver esferas metálicas a passarem pelas rota de voos de jatos militares a velocidades hipersónicas.
Um dos objectos foi capturado pela janela do cockpit de um FA-18 em 2021 e também foi visto pelo piloto e detectado nos sensores do avião, mas continuamos sem saber ao certo o que era. Desde 2005, a marinha americana já registou 144 fenómenos aéreos não-identificados e o relatório que detalha estes casos foi o foco da audição.
A responder a questões dos congressistas sobre a natureza deste objeto, o vice-diretor da inteligência naval, Scott Bray, disse que não tinha uma explicação para dar e avançou que desde a divulgação do relatório em Junho de 2021, o número de incidentes já aumentou para mais de 400 e que estes eram “frequentes e continuados”, ocorrendo maioritariamente em áreas de treino militar.
Dos 144 avistamentos, 18 mostraram comportamentos extremamente fora do normal, com objetos a mexerem-se contra o vento, a aparentemente ficarem parados no ar ou a manobrarem-se abruptamente e rápido, revela o Live Science..
“Esta audição e o nosso trabalho de vigilância têm uma ideia simples no seu centro: os fenómenos aéreos não-identificados são uma potencial ameaça à segurança nacional e precisam de ser tratadas como tal”, afirmou o representante André Carson na abertura da audição.
O Pentágono também não afasta a possibilidade destes fenómenos serem de origem extraterrestre e há já equipas no Governo dedicadas à investigação neste campo. A maioria dos avistamentos não tem explicação e pode até potencialmente ser perigosa, com 11 dos casos a estarem perto de causar colisões com as aeronaves.
Alguns dos casos em questão tiveram lugar perto de instalações nucleares, como um incidente na base aérea de Malmstrom, no Montana, que deixou 10 mísseis balísticos nucleares intercontinentais inoperacionais enquanto uma esfera vermelha brilhante podia ser vista por cima.
Os Estados Unidos não são o único país a registar estes fenómenos e a China também já criou um grupo de trabalho para os investigar. Ainda não há nada que indique que a origem destes objetos é extraterrestre, mas essa hipótese também ainda não pode ser descartada.
A audição foi transmitida em directo publicamente e serve como uma tentativa do Governo de ser mais transparente com o público sobre as investigações a estes fenómenos. A apresentação pública foi seguida de uma privada e fechada ao público, onde foram divulgadas informações confidenciais.
“Durante demasiado tempo, o estigma associado aos fenómenos aéreos não-identificados foi um entrave à análise da inteligência. Os pilotos evitavam reportá-los ou riam-se deles quando o faziam. Os responsáveis do Departamento de Defesa relegavam o assunto para o fundo ou varriam-no completamente debaixo do tapete, receando o cepticismo da comunidade da segurança nacional”, começou Carson.
O político acrescenta que “hoje em dia, sabemos melhor”. “Os fenómenos não têm explicação, é verdade. Mas são reais e precisam de ser investigados. E quaisquer ameaças que representem devem ser mitigadas”, concluiu.
Adriana Peixoto, ZAP //