
Pitágoras tinha um pavor de favas que, segundo uma teoria, pode mesmo ter dramaticamente contribuído para a sua morte.
O famoso matemático heleno Pitágoras é fundamentalmente relembrado pelo seu teorema, mas a verdade é que a sua vida foi repleta de feitos em várias áreas, desde a filosofia à música e da geografia à medicina.
Reza a mito que antes de Pitágoras nascer, a sacerdotisa do deus Apolo disse à sua mãe: “Tereis um rebento de grande formosura e extraordinária lucidez. Será um dos homens mais sábios de todos os tempos”.
Mito ou não, o facto é que Pitágoras acabou por ser mesmo uma das maiores mentes dos seus tempos e, possivelmente, de todo o sempre.
Apesar da sua inegável genialidade, e embora até fosse vegetariano, Pitágoras tinha um temor irracional de favas. O heleno tinha um letrado de seguidores que partilhavam a sua dieta e que, tal uma vez que ele, evitavam as favas.
A dieta vegetariana não era a única regra do grupo. Os seus seguidores não podiam usar vias públicas, fazer pão, calçar o sapato esquerdo antes do recta, falar do divino, vestir roupas brancas ou de velo, nem envolver-se em qualquer comportamento sexual.
Pitágoras defendia a metempsicose, a transmigração da psique, de um corpo para outro, seja levante do mesmo tipo de ser vivo ou não. Essa crença não se restringe à reencarnação humana, mas abrange a possibilidade da psique humana encarnar em animais e vegetais, por exemplo.
Para testar a sua teoria, Pitágoras enterrou algumas favas e esperou algumas semanas até que crescessem. Quando as desenterrou, Pitágoras entendeu que as favas pareciam fetos humanos. Assim, o génio heleno concluiu que consumir favas era equivalente a um comportamento canibal, pois continha as “almas dos mortos”, explica o portal Ancient-Origins.
Aristóteles escreveu que Pitágoras proibiu as favas “ou porque têm a forma de testículos, ou porque se assemelham às portas do inferno”. Aliás, sugeriu que pudesse ser pela sua forma bulbosa, que representaria o Universo.
Estudiosos modernos sugerem que a aversão de Pitágoras poderia não ser completamente descabida. Para muitas pessoas, as favas podem ser venenosas, uma exigência conhecida por favismo, que só se tornou conhecida nos anos 60.
Há várias teorias quanto à morte de Pitágoras e uma delas envolve, precisamente, favas. O rebento de um transcendente queria juntar-se à irmandade de Pitágoras, mas foi rejeitado por não seguir ordens. Em retaliação, formou uma rebelião para queimar o prédio da irmandade.
Enquanto Pitágoras fugia, cruzou-se com um campo de favas, o qual terá recusado pisar. Pitágoras manteve-se leal aos seus princípios, acabando esfaqueado pela poviléu que se rebelava.
Apesar das teorias, a sua morte continua um mistério face à falta de evidências. Quem sabe se Pitágoras não terá mesmo morrido de favismo?
Daniel Costa, ZAP //