
BBC
Entre um migalha que pode ser do asteróide que matou os dinossauros e uma perna de dinossauro perfeitamente preservada, há várias descobertas promissoras no sítio de Hell Creek Formation, nos Estados Unidos.
Há 66 milhões de anos, um asteróide chocou com a Terreno e dizimou os dinossauros. Até cá, zero de novo — a novidade é que é verosímil que tenha sido encontrado um migalha desta rocha devastadora.
Esta é somente uma das várias incríveis descobertas feitas no sítio de Hell Creek Formation, na Dakota do Setentrião, que tem muitos registos do momento catastrófico, porquê fósseis de peixes que sugaram os detritos causados pelo impacto, uma tartaruga empaleada com um pau e uma pata que pertencia a um dinossauro.
A procura por estas relíquias arqueológicas é contada ao pormenor no documentário “Dinosaur Apocalypse”, que inclui o biólogo David Attenborough e o palentólogo Robert DePalma, relata a CNN.
A pesquisa em Tanis, o nome oferecido ao sítio arqueológico, começou em 2012. O sítio está a 3,2 milénio quilómetros de intervalo da cratera de Chicxulub, onde se deu o impacto, no México.
DePalma acredita que os fósseis de peixes ficaram bem-preservados porque os animais foram enterrados vivos pelos sedimentos que foram arrastados com a enorme quantidade de chuva que foi libertada posteriormente o impacto do asteróide.
O paleontólogo acredita ainda que os peixes morreram na hora seguinte ao choque devido às esférulas de impacto — pequenas quantidades de rocha derretida que se cristalizaram e criaram um material semelhante ao vidro — que foram encontradas nas guelras.
No sítio, foi também encontrada uma perna de dinossauro excepcionalmente preservada e com a pele intacta, o que sugere que o corpo não teve tempo de se dissociar antes de ser enterrado no meio dos sedimentos, tendo o bicho morrido com o impacto ou imediatamente antes deste.
Muitas das descobertas reveladas no documentário ainda não foram publicadas em estudos revistos por pares, mas já há um consenso generalizado na comunidade de que o sítio tem provas do devastador último dia do reinado dos dinossauros.
A equipa também encontrou esférulas que aterraram na resina da superfície dos ramos das árvores e que ficaram “congeladas no tempo” em âmbar e protegidas da chuva, o que evitou que se transformassem em greda. “É porquê ter um frasco de modelo, voltar detrás no tempo, recolher uma modelo do sítio do impacto e guardá-la para o estudo científico”, revela DePalma.
Foram encontrados fragmentos de rochas que não derreteram dentro das esférulas de vidro e a maioria destes era rica em cálcio. Os cientistas esperam conseguir confirmar o material de que o asteróide era feito — e levante objectivo também despertou o interesse da NASA.
“Levante exemplo daquilo que pode ser um pequeno migalha, talvez microgramas, do asteróide — o facto de ter um registo preservado, seria alucinante“, revela Jim Harvin, investigador patrão do Meio de Voo Espacial Goddard.
Adriana Peixoto, ZAP //