Porque é que os humanos adoram álcool? Macacos podem ajudar a responder

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Patrick Gijsbers / Wikimedia

Macaco-aranha-de-Geoffroy (Ateles geoffroyi)

A doutrinado por etanol de macacos-aranha-de-Geoffroy pode ajudar a explicar porque é que os humanos gostam tanto de álcool.

Ao estudar a dieta de macacos-aranha-de-Geoffroy (Ateles geoffroyi), no Panamá, os investigadores perceberam que frutos que estes animais comem regularmente contêm pequenas doses de etanol. Os cientistas esperam que esta invenção possa ajudar a perceber porque é que os humanos gostam tanto de álcool.

Análises à urina revelaram que o álcool não está somente a passar pelos seus corpos, mas está a ser digerido e utilizado de alguma forma, escreve o ScienceAlert.

Porquê resultado da perda de habitat, caça e tomada para o tráfico de animais selvagens, o macaco-aranha-de-Geoffroy é considerado uma espécie “em transe” pela IUCN.

“Pela primeira vez, conseguimos mostrar, sem sombra de incerteza, que primatas selvagens, sem interferência humana, consomem frutas que contêm etanol”, diz a investigadores Christina Campbell, da California State University.

Christina Campbell sugere que possa possuir alguma verdade por trás da chamada ‘hipótese do macaco bêbado’. A hipótese, proposta por Robert Dudley em 2000, defende que a atração humana pelo etanol pode efluir da subordinação dos ascendentes primatas do Homo sapiens de frutas maduras e fermentadas porquê manadeira de maná dominante.

O etanol ocorre naturalmente em frutas maduras quando as leveduras fermentam açúcares e, consequentemente, os primeiros primatas desenvolveram uma atração comportamental geneticamente baseada na molécula.

O etanol é uma substância orgânica utilizada no fabrico de bebidas, na indústria da perfumaria e até mesmo na produção de combustível para motores a esbraseamento.

Os macacos-aranha-de-Geoffroy comem principalmente frutas, que compõem de 70% a 80% da sua dieta. Outros elementos da dieta incluem folhas, flores, cascas de árvore, insetos, mel, sementes e brotos.

O mesmo libido por etanol ainda existe na nossa própria espécie, mas já sem os benefícios nutricionais da fruta inteira. Em vez disso, os humanos aprenderam a porejar bebidas espirituosas.

Chimpanzés selvagens já foram observados a manducar suco fermentada de palmeiras, contendo concentrações de etanol de quase 7%. No entanto, a investigação feita no Panamá é a primeira a medir diretamente a ingestão de frutas com eminente texto alcoólico ingeridas pelos primatas.

“Os macacos provavelmente estavam a manducar a fruta com etanol por culpa das calorias”, diz Campbell. “Eles obteriam mais calorias de frutas fermentadas do que de frutas não fermentadas. As calorias mais altas significam mais vontade”.

Uma propensão semelhante também pode viver em humanos, salienta o ScienceAlert.

No caso dos macacos-aranha, porém, suspeita-se que haja pouca embriaguez. As frutas parcialmente consumidas que os investigadores testaram continham somente um ou dois por cento de etanol.

Os genes que codificam o metabolismo do etanol são comuns entre os mamíferos que comem frutas e néctar. Na veras, humanos, chimpanzés e gorilas compartilham uma mutação num gene que melhora uma enzima do etanol em 40 vezes.

Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Royal Society Open Science.

  Daniel Costa, ZAP //

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