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A expansão do anticiclone dos Açores “não tem precedentes” e está a tornar os Invernos cada vez mais secos. Já se antecipa uma maior frequência das secas e dos fenómenos extremos.
Parece que a seca que tantos problemas tem causado em Portugal nos últimos meses pode mesmo ter vindo para permanecer. De entendimento com um novo estudo publicado na Nature Geoscience, há zonas em Portugal e em Espanha que estão agora mais secas do que alguma vez estiveram nos últimos 1200 anos.
Estas mudanças foram precipitadas pelo sistema de subida pressão atmosférica que está a ser manteúdo pelas alterações climáticas e já se antecipa um grande impacto na produção de azeitonas e de vinho, escreve a AFP. A expansão do anticiclone dos Açores é a chave para todo levante processo.
De entendimento com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, os anticiclones “são regiões de subida pressão atmosférica em torno das quais o vento sopra no sentido do movimento dos ponteiros do relógio no hemisfério setentrião (e em sentido contrário no hemisfério sul), porque a pressão atmosférica é máxima no meio e diminui à medida que a pausa ao meio aumenta”.
No caso dos Açores, o anticiclone influencia muito o tempo e o clima na Europa Ocidental. O protótipo do novo estudo debruçou-se sobre levante anticiclone e concluiu que levante “mudou dramaticamente no último século e estas mudanças no clima do Atlântico Setentrião não têm precedentes no último milénio”.
As simulações climáticas replicaram as mudanças registadas nos últimos 1200 anos e ficou evidente que o anticiclone começou a estagnar uma dimensão maior há muro de 200 anos, o que coincide com o aumento das emissões de gases com efeito de estufa que resultou das actividades humanas na Revolução Industrial. A expansão foi ainda mais rápida no século XX.
Os autores também analisaram as provas dos níveis de precipitação preservadas durante centenas de anos nas estalagmites portuguesas e descobriram que à medida que o anticiclone dos Açores se expande, os Invernos no Mediterrâneo Ocidental têm sido cada vez mais secos.
O anticiclone dos Açores funciona uma vez que um “porteiro” para a chuva na Europa e a sua expansão vai levar a uma redução contínua da precipitação no continente. Uma outra pesquisa citada pelos autores do novo estudo prevê que a dimensão apta para a geração de vinhas na Península Ibérica possa diminuir em pelo menos um quarto ou até mesmo vangloriar quase na totalidade até 2050 devido à falta de chuva.
Outros estudos já antecipam uma queda de 30% na produção de azeitonas no sul de Espanha até 2100. Recorde-se que os nossos vizinhos são o maior produtor de azeitonas do mundo.
O cenário horizonte não se adivinhação favorável. Os incêndios devastadores em 2017, por exemplo, seguiram-se a uma vaga de calor que os cientistas acreditam ter sido 10 vezes mais provável devido à crise climática.
Com o clima mais sequioso e extremo, a verosimilhança de possuir mais tragédias uma vez que a de Pedrógão Grande aumenta. Há também estimativas que alertam para o risco de o rio Tejo secar completamente.
Adriana Peixoto, ZAP //