Reviver animais extintos é impossível, mas não interessa

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tyleringram / Flickr

Trazer animais extintos de volta, exatamente uma vez que eles eram antes, é impossível, mas isso não importa para os investigadores.

Ultimamente, vários projetos têm-se focado em trazer de volta animais extintos. Se isso é tecnicamente provável ou não, pouco importa, destaca a Quanta Magazine.

Um dos projetos mais mediáticos é o do mamute-lanoso. Investigadores norte-americanos estão a seguir com o projecto de trazer de volta ao Ártico o mamute-lanoso.

No entanto, aquilo que os cientistas estão a tentar fazer não é trazer uma réplica exata de um mamute-lanoso uma vez que era há dez milénio anos, antes da sua extinção.

A teoria dos cientistas responsáveis pelo projeto consiste em produzir um híbrido elefante-mamute. Para que isso seja provável, vão ser criados em laboratório embriões que contenham ADN de mamute.

Um cláusula científico publicado em março na revista científica Current Biology abordou precisamente isto. Os autores querem trazer de volta o rato da Ilhéu de Natal, extinto há quase 120 anos. As suas descobertas dão informações sobre as limitações da “desextinção” em todas as espécies.

O trabalho de “desextinção” de uma espécie é fundamentalmente definido pelo que é incógnito acerca do genoma da espécie.

Ao sequenciar o genoma de uma espécie extinta, os cientistas enfrentam o duelo de trabalhar com ADN degradado, que não produz toda a informação genética necessária para reconstruir um genoma completo.

Apesar dos melhores esforços, os cientistas não conseguiram restabelecer quase 5% do genoma do bicho. Muitos dos genes ausentes estavam relacionados com a isenção e o olfato, duas funções altamente importantes para o bicho.

“Não são exclusivamente as coisas irrelevantes que não se vão restabelecer”, disse o responsável principal do estudo, Tom Gilbert. “O resultado não vai ser zero parecido com o que ficou extinto”.

“Com a tecnologia atual, pode ser completamente impossível restabelecer a sequência completa, e por isso é impossível gerar uma réplica perfeita do rato da Ilhéu de Natal”, explicou Gilbert.

Paralelamente, há mais projetos que tentam trazer outros animais de volta ao planeta Terreno. Um grupo de cientistas da Universidade de Melbourne está a tentar trazer o tigre-da-Tasmânia de volta.

Outra equipa de cientistas está a tentar trazer de volta à vida o auroque, um bicho que é o avoengo de todo o mancheia e que foi levado à extinção há quase 400 anos. Os próprios investigadores realçaram que ainda que não estejam nas dimensões dos seus avós, os rebanhos criados assemelham-se em grande secção aos auroques ancestrais.

“Conhecemos o ADN deste bicho e podemos compará-lo com o ADN do mancheia moderno, o que pode produzir alguns resultados bastante surpreendentes”, disse ainda Claus Kropp, arqueólogo que lidera o Projeto Auerrind. “A intervalo dos auroques para o mancheia Pajuna de Espanha é de exclusivamente 0,12%, por isso há mais de 98% de sobreposição”.

Beth Shapiro, professora de ecologia e biologia evolutiva da Universidade da Califórnia, diz que “o maior equívoco sobre a desextinção é que é provável”.

“Você nunca pode trazer de volta alguma coisa que está extinto”, diz Ben Novak, líder da Revive & Restore, uma das organizações sem fins lucrativos de vanguarda no esforço da desextinção. Mas para Novak e a maioria dos outros investigadores, produzir uma traslado aproximada em vez da coisa real não é um problema – é o objetivo.

Os investigadores não querem recriar um mítico bicho exclusivamente para colocá-lo em exposição no jardim zoológico. Os especialistas visam produzir versões aproximadas para fins educacionais ou de conservação.

Chegar perto de conseguir todo o código genético de uma espécie extinta pode muitas vezes ser impossível. Ainda que os esforços de engenharia genética e reprodução seletiva sejam bem-sucedidos, só podem produzir uma espécie de híbrido em vez de uma espécie puramente ressuscitada.

  Daniel Costa, ZAP //

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