Rita Blanco pediu mas “há pressa” nas homenagens

Jose Carlos Babo / Flickr
A Igreja de Santa Engrácia, Panteão Pátrio, em Lisboa
Funeral de Eunice Muñoz decorreu nesta terça-feira. Marcelo já se “desviou” da eventual ida do corpo da actriz para o Panteão Pátrio.
O funeral de Eunice Muñoz realizou-se nesta terça-feira, em Lisboa, e contou com a presença do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do primeiro-ministro António Costa e de muitas personalidades ligadas ao palco.
Eunice morreu na sexta-feira passada, no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, aos 93 anos. Esta terça-feira é também dia de luto vernáculo.
Nas cerimónias fúnebres, em conversas com os jornalistas, os elogios abundaram, tal porquê as recordações.
José Raposo comentou que teve o “privilégio de privar” com a actriz: “Se há definição de pessoa simples, humilde, generosa e verdadeira, essa definição atribui-se a uma mulher porquê a Eunice”.
Isabel Abreu falou sobre um “adeus emocionado mas um adeus que é uma ode à vida e um adeus que é um ovação à plena que é a Eunice”.
“A Eunice era quem as pessoas achavam que ela era. E era o paixão. E é isso mesmo: é a arte, é o teatro mas supra de tudo é a vida”, acrescentou Isabel.
De outra geração, Luís Alberto foi directo: “A Eunice era um ser humano inacreditável e, porquê actriz, única”.
Panteão Pátrio?
Já Rita Blanco sublinhou o trajectória invulgar de Eunice: “Tivemos a sorte de a ter durante estes anos todos. Tivemos uma actriz que, provavelmente, poucas pessoas no mundo terão tido: uma mulher que trabalhou desde os 5 até aos 93 anos”
“Teve uma vida cheíssima, agora foi, mas deixou-nos leste legado todo. A Eunice é um marco importantíssimo na cultura portuguesa”, comentou a actriz, que reforçou um ponto que tem sido falado nos últimos dias: “Espero e acredito que a Eunice vá para o Panteão Pátrio”.
Quase à mesma hora, o jornalista e comentador José Manuel Fernandes disse na rádio Observador que “seria bom possuir mais serenidade nesta pressa de homenagear” algumas das pessoas mais importantes na História de Portugal.
“Ir ou não para o Panteão não faz grande diferença para os portugueses”, continuou o jornalista, antes de referir o exemplo recente de Eusébio: o seu túmulo não está a ser desvelo, nem está a ter a atenção que teve nos meses seguintes à sua morte, em 2014.
No Panteão Pátrio estão sepultados os corpos de: Manuel de Arriaga, Teófilo Braga, Sidónio Pais, Óscar Carmona, Almeida Garrett, Aquilino Ribeiro, Guerra Junqueiro, João de Deus, Amália Rodrigues, Humberto Ténue, Sophia de Mello Breyner Andresen e Eusébio da Silva Ferreira.
O Panteão também tem homenagens a Luís de Camões, Pedro Álvares Cabral, Infante D. Henrique, Vasco da Gama, Afonso de Albuquerque, D. Nuno Álvares Pereira e Aristides de Sousa Mendes.
Nuno Teixeira da Silva, ZAP //