Será que o numerário compra mesmo a felicidade?

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(CC0/PD) sallyjermain / Pixabay

O numerário torna-nos mais felizes até ao ponto em que conseguimos corrobar as nossas necessidades básicas. A partir daí, as conclusões são variadas e há estudos que até sugerem que nos pode tornar mais infelizes.

Já diz a sabedoria popular que o numerário não compra a felicidade. Um novo estudo publicado na Nature Sustainability tentou desvendar a resposta a esta questão centenária.

A pesquisa concluiu que depois de termos as necessidades básicas cobertas, a relação entre o numerário e a felicidade já é muito mais incerta e difícil de prever. Para sobrevivermos, precisamos de coisas porquê comida, chuva, ar, sono e segurança. O nosso cérebro reconhece estas coisas porquê “significativas biologicamente”, e se as obtermos, notamos uma sensação uma recompensa.

Para obtermos todas estas coisas, precisamos de numerário. Mas isto não significa maquinalmente que ter mais numerário se traduza em mais felicidade. Quando temos penúria e comemos, chegamos a um limite onde já estamos satisfeitos e continuar a consumir torna-se desconfortável. Acontece a mesma coisa com o numerário.

Há também o maravilha da habituação, em que as partes fundamentais do nosso cérebro aprendem a não reagir a coisas que acontecem previsivelmente. Isto significa que coisas novas são mais recompensadoras do que coisas familiares.

Muitas vezes, acontece a mesma coisa com o numerário. Receber um pagamento regular é confortante, mas receber numerário inesperado, mesmo que seja menos, deixa-nos mais felizes, relata o Science Focus.

E quando já temos numerário suficiente para as necessidades básicas, a capacidade de o numerário nos fazer mais felizes é bastante mais reduzida. Estímulos psicológicos, porquê viajar, ajudar outros ou fazer novas relações, têm uma capacidade maior de nos fazer mais felizes do que o numerário.

A quantidade de numerário precisa para se ser feliz varia de pessoa para pessoa e estas diferenças são ainda mais acentuadas dependendo da cultura de cada um, o que sugere que a relação entre o numerário e a felicidade é tão inata porquê aprendida socialmente.

Até dentro da mesma cultura, os valores de cada pessoa sobre a segurança financeira podem variar drasticamente e há estudos que sugerem que há uma reciprocidade entre ter muito numerário e ser mais infeliz.

As pesquisas sugerem que ser pago para se fazer um tanto de que gostamos pode reduzir a nossa motivação, o que reduz o potencial para a felicidade. Isto explica porque é que há pessoas que não querem transformar um passatempo num trabalho.

E no caso das pessoas com muito numerário, são raros os casos em que esse numerário está parado numa conta bancária ou num cofre semelhante ao do Tio Patinhas. O mais provável é que o numerário esteja investido em ações ou propriedades e os riscos que estes investimentos trazem podem ocasionar mais stress.

Os empregos mais muito pagos, porquê as chefias de empresas, também trazem mais encargos, o que aumenta a pressão e o stress e tira-nos tempo livre para relaxar. Nas famosas palavras do tio Ben do Varão-Aranha: com grandes poderes vêm grandes responsabilidades.

  ZAP //

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