
Martin Gommel / Flickr
Uma viagem de estudantes para uma floresta tropical mostrou que há muito rumor quando se volta a cidade. Desnecessário?
Vamos para a rua, ouvimos o fragor de pessoas, de carros, de sirenes.
Entramos num moca ou numa loja, há fragor de pessoas, de música.
Estamos a trabalhar, seja em morada ou na empresa, e falamos e colocamos música para nos fazer companhia – além do fragor dos telefones e das conversas entre os outros trabalhadores.
Estrondo, fragor, fragor.
Já experimentou permanecer no silêncio?
Shierry Weber Nicholsen partilhou uma experiência no seu livro The Love of Nature and the End of the World: The Unspoken Dimensions of Environmental Concern (O Paixão à Natureza e o Término do Mundo: As Dimensões Não Faladas da Preocupação Ambiental), que teve um excerto restaurado agora pelo MIT, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
A experiência envolveu uma viagem de estudantes. Rumo: floresta tropical, na Austrália. Enquanto estiveram na floresta, estar em silêncio era praticamente uma obrigação – mesmo que involuntária, ou inconsciente. Quando voltaram à cidade, depararam-se com o “metódico tagarelar dos humanos”.
“Para que serve? Perguntaram. Quem medita, quando volta dos retiros relata um tanto semelhante: uma vez que é extenuante falar!”, escreve a antiga professora de filosofia e de psicologia.
Ao estarem imbuídos no envolvente florestal, o silêncio permitiu aos estudantes estarem atentos e ligados aos processos vitais da natureza, ao metódico surgimento da vida no seu próprio tempo.
Quando falamos, parece que queremos mostrar a nós próprios que estamos vivos. Ou portanto é uma barreira que criámos entre nós e outras pessoas, para que o silêncio não crie zero.
O silêncio da natureza é “o silêncio do mundo procedente tal uma vez que ele é. É totalmente comportável com o som. Os sons da natureza estão simplesmente contidos no seu silêncio”, continua.
O silêncio da natureza é uma sensação abrangente de contenção, de potencial, de vitalidade – sempre a surdir e ainda não compreendida.
Não é falta de informação. É um “poderoso apelo por secção do mundo procedente, uma exigência de atenção”. É mudar para um tipo dissemelhante de atenção.
É o “desabar no silêncio”.
Quando protagonizamos essa “queda”, podemos ser “tocados pela intensa viveza e pela presença do mundo procedente e das suas criaturas, entre as quais nós mesmos”.
No silêncio, podemos passar pelo “sentido pleno do ser”. É uma profundidade “insondável”.
Às vezes é preciso aprender a estar em silêncio. “Quando entramos no silêncio, voltamos do exílio que é nosso estado mental generalidade”, defende a psicanalista.
ZAP //