Tereza Cristina diz que que Brasil errou ao fechar fábricas de

A ministra da Lavradio, Tereza Cristina (União Brasil), afirmou nesta quarta-feira (2) que o Brasil tomou uma decisão equivocada ao paralisar a produção pátrio de fertilizantes usados em lavouras. Para ela, a autossuficiência no insumo é uma questão de segurança nutrir e até de segurança pátrio.
“Por que tomamos lá no pretérito a decisão equivocada de não produzir fertilizantes?”, disse ela, em entrevista coletiva. “No pretérito, a decisão era de importar pois era mais barato. Mas o Brasil precisa tratar esse ponto uma vez que segurança pátrio e segurança nutrir.”
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Dados da Associação Vernáculo para Espalhamento de Adubos (ANDA) tabulados pela consultoria StoneX indicavam que, ainda em 2020, tapume de 84% dos fertilizantes usados por agricultores brasileiros já eram importados. Esse percentual de importação é o maior já registrado em mais de 20 anos – e deve aumentar.
Estimativas da StoneX apontam que, em 2021, 85% de todo fertilizante consumido no Brasil foi importado. A Rússia, que entrou em guerra contra a Ucrânia há uma semana, é o maior fornecedor de fertilizante para o país.
O fechamento de três fábricas de fertilizantes da Petrobras durante os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) aumentou a subordinação do Brasil em relação aos adubos vindos do país presidido por Vladimir Putin.
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Não dava lucro
A Petrobras resolveu deixar o mercado de fertilizantes em 2016, em seguida Temer chegar à Presidência. A decisão fez segmento de um projecto de negócios da estatal, elaborado depois do impeachment de Dilma Rousseff (PT).
Naquela idade, a Petrobras alegava que produzir fertilizantes dava prejuízo. Por conta disso, primeiramente, decidiu desativar duas fábricas de adubos que mantinha no Nordeste.
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A decisão foi anunciada em março de 2018 e atingiu as fábricas de fertilizantes nitrogenados da Bahia (Fafen-BA), localizada no polo petroquímico de Camaçari, inaugurada em 1971, e de Sergipe (Fafen-SE), em Laranjeiras, ativada em 1982.
Em novembro de 2019, a Petrobras arrendou as duas vegetais para a Proquigel Química SA. A empresa, entretanto, só conseguiu reativar a produção delas em 2021.
Outros unidades fechadas
De 2016 para cá, a Petrobras também fechou a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenadas do Paraná (Fafen-PR), em Araucária. O fechamento ocorreu em fevereiro de 2020, já durante o governo Bolsonaro. A desativação da fábrica, que havia sido comprada em 2013, causou a destituição de tapume de milénio trabalhadores.
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Também durante leste governo, a Petrobras vendeu a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, para o grupo empresarial russo Acron. A vegetal estava em período de construção. O proclamação da venda foi feito pela própria ministra Tereza Cristina, em fevereiro deste ano.
Projecto para setor
A Tereza Cristina não falou especificamente da Petrobras na entrevista coletiva. Avisou, porém, que o governo entendeu que reduzir a subordinação externa do Brasil e vai lançar um projecto sobre fertilizantes neste mês.
Segundo a ministra, neste momento, o país não enfrenta problemas de fornecimento do insumo. Ela disse que, a partir de outubro, o país necessitará de adubos para semear uma novidade safra. Esses fertilizantes não estão garantidos. Isso preocupa.
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Tereza Cristina afirmou também que o governo pretende estreitar contatos com outros países para suprir uma eventual falta de fertilizantes vindos da Rússia. Pretende ainda incentivar pesquisas para produção agrícola com menor quantidade de adubos.
“Temos que ter calma e firmeza”, afirmou. “A safra vai intercorrer. Se tivesse que ocorrer hoje, teríamos resultado [fertilizante] para isso.”
Edição: Vivian Virissimo