
Lil Miquela/Instagram
Lil Miquela, influencer virtual
Influencers criados com recurso a avatares são cada vez mais uma aposta das grandes empresas que pretendem monitorizar a cultura de “tribo” existente em torno das personagens.
Quando em 2019, Lil Miquela percorria os bastidores do festival Coachella, na Califórnia, para entrevistar alguns dos artistas mais badalados da edição, zero parecia irregular ou dissemelhante do trabalho que os restantes jornalistas costumavam fazer. No entanto, nesta descrição falta um elemento importante, já que esta não se trata de uma pessoa, mas de uma personagem 3D que se comporta naturalmente.
Lil Miquela é, na veras, é um dos principais rostos do maravilha “vtubers” ou “influenciadores” virtuais, uma tendência que começou no Japão e que originalmente provinha do anime, mas que já atravessou as fronteiras e acumulou milhões de seguidores em todo o mundo. E isto, estimam os especialistas, é somente o início. De forma simplificada, os ‘vtubers’ são avatares animados, quase sempre do sexo feminino, mas o seu comportamento é idêntico ao dos ‘youtubers’ convencionais: falam com as câmaras sobre diferentes tópicos, mostraram porquê jogar determinado jogo de vídeo ou promover uma determinada marca.
Outrossim, não estão limitados ao YouTube e também podem ser vistos em redes porquê o Twitch, Instagram, TikTok ou Xiaohongshu (oriente último só está disponível na China). Mais: a forma porquê ganham quantia é a mesma que os tradicionais ‘youtubers’, através da monetização de conteúdos e patrocínios.
É precisamente o que faz a própria Lil Miquela. A sua presença Coachella foi na veras uma colaboração com o YouTube Music, à semelhança do que já havia feito com empresas porquê a Samsung e marcas de luxo porquê a Prada e a Burberry. A sua geração remonta a 2016, por via da start-up Brud, que conseguiu atingir uma valorização de 125 milhões de dólares antes de ser comprada pela Dapper Labs. O seu caso é um dos mais muito sucedidos, mas também paradigmático da tendência, onde por detrás destas personagens existe quase sempre uma empresa.
“Os projetos são geralmente lançados por um fundador visual individual, um estúdio de design ou uma empresa que os lança porquê campanha para gerar retorno parcimonioso com eles”, explica Cristóbal Álvarez, professor na ESIC e perito em marketing e mercados asiáticos ao jornal espanhol El Secreto. “Têm muito sucesso entre os adolescentes, que criam quase uma espécie de religião à sua volta e vêem-se algumas coisas realmente loucas. São comunidades muito fortes e unidas.
O maravilha começou há uma dez no Japão, um país onde é geral a animação desempenhar um papel importante em verificação com personagens reais, alguma coisa que ajuda a explicar o boom. Ami Yamato, considerada a primeira ‘vtuber’, começou a carregar vídeos em 2011, embora hoje tenha um impacto muito modesto em verificação com os que lhe seguiram.
O dirigente de tendências do YouTube, Kevin Allocca, explicou à BBC que o maravilha “começou a lucrar forma no final de 2017 e continua a crescer”. Todavia, hoje em dia é difícil estabelecer quantos criadores deste tipo existem ou quanto quantia movimentam, uma vez que quase não existem dados sobre o objecto.
Um dos casos de maior sucesso foi o de Kizuna AI. A sua popularidade disparou em 2018, quando excedeu um milhão de seguidores. Hoje em dia tem vários canais e, neles, têm mais de seis milhões de seguidores. Conseguiu também espalhar as suas audiências por todo o mundo e não somente pela Ásia, porquê é normalmente o caso.
O maravilha é tal que um destes criadores, Momosuzu Nene, foi incluído num ranking na edição japonesa da revista “Playboy” há algumas semanas. Também a Netflix, consciente do apelo que estas personagens podem ter entre os fãs do anime, lançou o seu próprio vtuber, a N-ko Mei Kurono. “É a nossa embaixadora solene da Netflix Anime”, explicou a empresa, que lhe deu um espaço onde interage com os seus fãs. A Barbie, entretanto, estava primeiro do seu tempo e lançou a sua própria criadora do dedo em 2015, que já tem 10 milhões de seguidores no YouTube.
Mas porque estão as empresas tão empenhadas? “Elas sabem porquê chegar às suas comunidades e produzir o teor que funciona melhor no momento visível, porque lidam com narrativas que só oriente tipo de comunidade conhece. E, evidente, fazem-no muito muito, o que é a chave para tudo”, responde o professor da ESIC.
Os tentáculos do maravilha espalharam-se também pelos Estados Unidos e pela América Latina, onde já existem dezenas de criadores com milhões de seguidores. “A Ásia está a ter uma influência cada vez maior na América Latina, seja na economia ou na cultura, porque a consideram segmento da estratégica”, descreve Álvarez.
Mas, porquê fazer um avatar?
Mas porquê é que estas personagens funcionam na veras? Geralmente, através de animação em tempo real, onde os movimentos mais importantes são os do rosto, do corpo e das mãos. Frequentemente, há uma pessoa do outro lado que dirige o avatar através de sensores, que podem ser físicos (conhecidos porquê ‘mocaps’) ou óticos (por exemplo, uma câmara que capta os movimentos e os reproduz).
Claramente, gerar uma ‘vtuber’ de qualidade é mais dispendioso – pelo menos no início – do que ter um humano a falar com a câmara. É o preço a remunerar por não se ter as limitações de uma pessoa: não se cansa, não se é pago, não entra em controvérsia e pode manipular-se completamente o seu oração. O investimento pode debutar em 10 milénio euros para um padrão inicial. A partir daí, o dispêndio aumenta dependendo do nível de realismo que se pretende atingir.
Ao contrário de um jovem que começa a gravar-se no seu quarto com o seu telemóvel, o preço destas ferramentas significa que não estão ao alcance de todos, a menos que sejam uma pessoa com conhecimentos técnicos. “Normalmente, o resultado é bastante dissemelhante em termos de qualidade, movimento, locuções…. É bastante notável”, acrescenta Álvarez, referindo-se a casos amadores. No entanto, existem aplicações gratuitas que fornecem resultados aceitáveis, tais porquê Avatoon, Star Idol ou Zepeto.
Mas poderão os criadores virtuais ultimar por ser uma escolha aos seres humanos? O diretor da Avataria, uma empresa espanhola de geração de avatares, sublinha que os avatares “podem ser tão humanos porquê se quer”, pois podem ser gerados mais perto de um estampa entusiasmado ou de uma pessoa real em termos de estética, “mas também podem transmitir sentimentos”. “O que não parece real produz repudiação”, contrapõe.
É esta questão que leva Álvarez a considerar que, atualmente, “não podem substituir um fundador de mesocarpo e sangue”. Para oriente perito, a chave reside na relação com o público, que tem vindo a aumentar, mas está muito longe daquele que estrelas porquê Ibai Llanos ou Auron Play podem obter. “Uma coisa é tornar-se tendência e gerar comunidades de milhões de dólares, mas o fator humano está perdido. Talvez daqui a 20 anos a programação esteja a um nível dissemelhante, mas neste momento não vejo a opção porquê viável“.
ZAP //
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